quinta-feira, 30 de junho de 2011

CLASSES HOSPITALARES


"O principal objetivo da classe hospitalar é fazer um acompanhamento pedagógico a crianças e jovens com dificuldades graves de saúde física ou mental e que estão definitiva ou temporariamente impedidos de freqüentar a escola regular. 
Não se trata de Educação Especial. É a Educação Escolar ordinária, aquela que nutre o sujeito de informações sobre o mundo dentro do currículo escolar definido pela educação nacional. Marca-se como diferença entre a classe hospitalar e a classe especial o fato de que a segregação das crianças não se deve à rejeição por outras classes, mas à doença que as impede de ir à escola. Longe de rejeitá-los, a escola vai até eles, no hospital."

(VASCONCELOS, Sandra)

Brinquedotecas hospitalares

A Brinquedoteca Hospitalar é um espaço destinado ao desenvolvimento da criatividade da criança e do jovem, a partir dos brinquedos.
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žAlém de ser um espaço onde o paciente possa interagir com outras crianças e expressar seus sentimentos juntamente com a equipe médica e com seus familiares.
 
Com uma estrutura bem adequada, a brinquedoteca só tem a trazer benefícios nos hospitais, tanto para o sujeito internado e sua família, quanto para os médicos e equipe. 

A recreação é necessária para que a criança continue a exercer suas habilidades, como focalização de olhar, coordenação dos movimentos, desenvolvimento das sensibilidades táteis e sensoriais, para que possa expressar-se e interagir com o meio que a cerca.  A recreação apresenta ainda uma importante contribuição para a diminuição do estado de ansiedade e angústia. Deve-se ter o cuidado de a televisão não ocupar, na medida do possível, o papel da recreação, mantendo-a desta forma ligada somente nos horários de programas infantis.

Nesse espaço tão dinâmico e alegre o paciente brinca, se diverte, aprende e se distraí esquecendo por alguns minutos o que ele não esquecerá por uma vida.”
A Pedagogia Hospitalar e a criação de Classes Hospitalares auxilia o paciente que se encontra internado ocasionando a continuação de seus estudos e proporcionando uma estadia mais confortável no período de internação. 


Estudos mostram que as crianças e jovens apresentam menos resistência quanto ao tratamento clínico e ocorre um aumento considerável da auto-estima entre outros resultados positivos para o paciente internado.
“Um dos objetivos da classe hospitalar, na área sócio-política, é o de defender o direito de toda criança e adolescente à cidadania, e o respeito às pessoas com necessidades especiais e o direito de cada um de ter oportunidades iguais”. (Esteves – “Pedagogia Hospitalar”)

Direitos da criança e do adolescente hospitalizados

Brasil
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
Resolução 41/95
  1. Direito a proteção, a vida e a saúde com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação.
  2. Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa.
  3. Direito de não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia ao melhor tratamento da sua enfermidade.
  4. Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas.
  5. Direito de não ser separada de sua mãe ao nascer.
  6. Direito de receber aleitamento materno sem restrições.
  7. Direito de não sentir dor, quando existam meios para evitá-la.
  8. Direito de ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico quando se fizer necessário.
  9. Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar.
  10. Direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente do seu diagnóstico, tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será submetida.
  11. Direito a receber apoio espiritual/religioso, conforme a prática de sua família.
  12. Direito de não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, quando tiver discernimento para tal.
  13. Direito a receber todos os recursos terapêuticos disponíveis para a sua cura, reabilitação e/ou prevenção secundária e terciária.
  14. Direito à proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus tratos.
  15. Direito ao respeito à sua integridade física, psíquica e moral.
  16. Direito à preservação de sua imagem, identidade, autonomia de valores, dos espaços e objetos pessoais.
  17. Direito a não ser utilizado pelos meios de comunicação de massa, sem a expressa vontade de seus pais ou responsáveis ou a sua própria vontade, resguardando-se a ética.
  18. Direito a confidência dos seus dados clínicos, bem como direito de tomar conhecimento dos mesmos, arquivados na instituição pelo prazo estipulado em lei.
  19. Direito a ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente.
  20.  Direito a ter uma morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos terapêuticos disponíveis

O Hospital é lugar de brincar sim!

Pensar no brincar dentro do hospital não é uma tarefa fácil pois o hospital está muito mais relacionado a aspectos negativos que a alegria de uma brincadeira. No intuito de levar alegria aos internos do Hospital Universitário de Brasilia o grupo Bula do Riso, formado em grande parte por estudantes que se fantasiam de palhaço, visitam as alas de internação do hospital brincando com os internos.



As visitas do grupo Bula do Riso são realizadas todos os domingos das 9h30 até 12h.Coordenador: Cláudio Ricardo Chaves Moraes
para participar basta mandar um email para:joaoantoniopc@gmail.com e aparecer por lá no horário! :)

A importância da presença dos pais


A criança pode tornar-se muito sensível e frágil nesse momento de crise por estar em um ambiente estranho e desconhecido. A presença da família, sobretudo da mãe, é fundamental para a criança não sentir-se abandonada. Esse abandono poe causar várias complicações como...


•ansiedade/angustia
•insegurança
•agressividade
•transtornos emocionais;
•transtornos do sono;
•transtornos da linguagem;
•perda de peso;
•depressão;
•regressão;
•atraso no desenvolvimento.

Os pais são os principais mediadores entre o filho e o hospital. É importante que eles expliquem o que está acontecendo (doença) e cada procedimento antes de ser feito. Exemplo: Explicar quando será aplicada uma injeção e porque isso é necessário.

Necessidades Especiais Transitórias

A pedagogia hospitalar busca promover a aprendizagem das crianças e jovens que se encontram com necessidades especiais educacionais transitórias. žEssas pessoas são internadas em hospitais e necessitam de um acompanhamento escolar, além disso, a pedagogia hospitalar ajuda a proporcionar o bem-estar da pessoa internada trabalhando a ludicidade.